terça-feira, 10 de abril de 2012


ARTE ROMANA

INTRODUÇÃO

Pintura de cena campestre em residência
   O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas somaram-se para formar  e influenciar o povo romano: a etrusca (povo da etruria, região onde hoje é a Itália), e a grega.
   Deve-se a etrusca, presente desde o início, no século VIII a.C., as características orientais, fruto do estreito contato comercial que os etruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo.
   Quanto à influência grega sobro os romanos, tornou-se intensiva a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua. Muitas vezes mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se faziam cópias dos originais nas oficinas da cidade. O jeito romano, mais prático e menos lírico (poético), não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo de arte grega.
   Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital Roma, como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio (de verão), arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas  (ruas), aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo de todos os domínios do império romano.

A PINTURA

   A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, espalhou-se entre as famílias romanas, o  costume de mandar que se fizessem imitações da  decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquela em que passavam o verão (casa de veraneio), isto para exibir sua riqueza perante outras familias. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes janelas e portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.
   Além dos ornamentos (enfeites, decorações) palacianos (dos palácios), os temas favoritos escolhidos por essa pintura de arquitetura fictícia (inventada, não real, ficção) eram quase sempre cenas da mitologia grega, vistas de cidades ou praças públicas e paisagens campestres tipicamente romanas. Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se enfraquecendo, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões (tamanhos), para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos.
   Isso se passava no âmbito da pintura propriamente dita, porque, convivendo com ela nos lares abastados (ricos) e em não raros edifícios públicos, o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romanos. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.

ESCULTURA

Cesar Augusto em armadura
militar com Eros a seus pés.
   Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas (que expressavam movimento) e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar para as cidades romanas as obras mais valiosas dos artistas gregos Fídias, Policleto ou Praxítenes, que tanto admiravam, eles faziam com que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas (artistas copiadores). Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade.
   Os romanos encontraram na escultura, a maneira ideal de perpetuar (fazer durar e ser lembrado) sua história e seus heróis. Proliferaram (espalharam em grande quantidade) através da arte escultórica: os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres (montados a cavalo) de imperadores e cidadões romanos. Os quais passaram desse modo à posteridade, com a intenção de serem lembrados praticamente como à categoria de deuses. O imperador Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos do deus mitológico Júpiter, e Cesar Augusto se fez retratar com seus galões (símbolos, brasões) militares, afundado numa armadura que deixava entrever os músculos do Doríforo de Policleto (famosa escultura).
   A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios (fachadas) de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornarem um espaço muito limitado para conter o grande volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma das características desse trabalho.

ARQUITETURA

Arco do Triunfo - Arco Constantino
   A partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material que para eles era “praticamente indestrutível”.
   Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas (Cúpulas) de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves. Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio – ver blog) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
   A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras, ou seja, escolas (ou edifícios públicos, por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado (agrupamento) desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.
   Por outro lado, as segundas, ou seja, obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia (cidadões dinstintos), se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa (pombosa, luxuosa) e distribuídas em torno de um jardim.
   A plebe (o povo comum e de poucas poses), ao invés disso, vivia em construções de vários pavimentos chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses recintos.
   Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos (estradas) que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos (canais de água) que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe (cidade) que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias.

Daniel F. do Carmo
Adaptado e transcrito de: Enciclopédia Universal Multimídia de Arte Caras

Obs.: Para ver mais imagens que ilustram o texto consultar o blog da disciplina: ccbharte7.blogspot.com

QUESTIONÁRIO
(para ser entregue na próxima aula em folha separada, limpa, com letra legível e bem organizada):

1- Explique como era e qual o propósito da pintura para as famílias romanas?

2- A) Você acha que a razão pela qual as famílias romanas realizavam pinturas em suas casas era boa para o relacionamento com outras famílias? Justifique sua resposta e inclua um versículo bíblico que se encaixe em sua resposta.
   B) Pense sobre o versículo de Pv 22:1 e escreva uma reflexão pessoal (sua) relacionando e comparando o provérbio com o propósito pelo qual as famílias romanas pintavam suas casas.  "Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro." (provérbios 22 : 1)

3- Porque podemos dizer que a arte estatuária romana compensou com quantidade a sua falta de originalidade e como isso aconteceu? Explique sua resposta com trecho(s) do texto.

4- A) As esculturas eram produzidas de forma muito naturalista, também para que as pessoas ali representadas, as históricas e cenas de guerra fossem identificadas. Qual o propósito prático disto encontrado no texto?
     B) Tente relacionar o propósito das esculturas romanas encontrado no texto acima com o texto do apóstolo João: "Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo." (João 7 : 4) (leia o contexto do versículo)

5- No último parágrafo do textos encontramos a seguinte afirmação: “O conceito de grande urbe (cidade) que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias”. Identifique, cite e compare os elementos presentes em comum nas urbes romanas e nas cidades atuais.