segunda-feira, 13 de agosto de 2012


ARTE BIZANTINA

·         INTRODUÇÃO
     A arte bizantina teve seu centro de difusão em Bizâncio, mais exatamente na cidade de Constantinopla, e se desenvolveu a partir do século IV como produto da confluência das culturas da Ásia Menor e da Síria, com elementos alexandrinos. As bases do império eram três: a política, a economia e a religião. Não é de estranhar, portanto, que a arte tivesse um papel preponderante tanto como difusor didático da fé quanto como meio de representação da grandeza do imperador.
   Para manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio, Constantino oficializou o cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele aspectos como rituais e imagens dos demais grupos religiosos. Isso explica o fato de ícones (formas de representação) de Jesus e Maria provirem da Síria, Iraque e Egito, assim como se deu com a música e os cânticos. Também foram construídos centros de culto, igrejas e batistérios (locais de batismo), com a adoção da forma das basílicas, da sala de audiência do rei (basileus), junto com o mercado das cidades gregas.
   O apogeu cultural de Bizâncio aconteceu sob o reinado de Justiniano (526-565 d.C.). Pertence a essa época um dos edifícios mais representativos da arquitetura bizantina: a Igreja de Santa Sofia. Posteriormente, houve o período iconoclasta, em que foram destruídas e proibidas as imagens (726-843 d.C.). Passado esse período, seguiu-se uma época de esplendor e ressurgimento cultural na qual a arte bizantina foi do oriente para o ocidente, difundindo-se pelos países ou cidades que comercial ou politicamente continuavam em contato com Bizâncio: Aquisgran, Veneza e países eslavos, entre outros.

·         PINTURA
      A pintura bizantina é representada por três tipos de elementos estritamente diferenciados em sua função e forma: os ícones, as miniaturas e os afrescos (pinturas em paredes). Todos tiveram um caráter eminentemente religioso, e embora predominassem as formas decorativas preciosistas, não faltou a essa disciplina o misticismo profundo comum a toda a arte bizantina. Os ícones eram quadros portáteis originados da pintura de cavalete da arte grega, cujos motivos (temas) se restringiam à Virgem Maria, sozinha ou com o Menino Jesus, ou ao Retrato de Jesus.
   As miniaturas eram pinturas usadas nas ilustrações ou nas iluminuras dos livros e, como os ícones, tiveram seu apogeu a partir do século IX. Sua temática era limitada pelo texto do livro, geralmente de conteúdo religioso ou científico. Já os afrescos (pinturas em parede) tiveram sua época de maior esplendor em Bizâncio, quando, a partir do século XV, por problemas de custo, tomaram o lugar do mosaico. A pintura ganhou assim em expressividade e naturalismo, acentuando sua função narrativa (contar uma história em sequência), mas deixando um pouco de lado seu simbolismo.
   Sozinho ou combinado com a pintura a técnica figurativa mais utilizada foi o mosaico e com mais preponderância do que ela, pelo menos entre os séculos VI e VII,. Suas origens remontam à Grécia, mas foi em Bizâncio que se usou o mosaico pela primeira vez para decorar paredes e abóbadas e não apenas pisos. No início, os motivos eram extraídos da vida cotidiana da corte, mas depois adotou-se toda a iconografia cristã, e o mosaico se transformou no elemento decorativo exclusivo de locais de culto (igrejas, batistérios).
   Tanto na pintura quanto nos mosaicos encontramos os mesmos cânones (regras) de desenho: espaços idealizados em fundos dourados, figuras estilizadas ornadas com coroas de pedras preciosas para representar Cristo, Maria, os santos e os mártires e paisagens mais inclinadas para o abstrato, em que uma árvore simbolizava um bosque, uma pedra, uma montanha, uma onda, um rio.
   Esses princípios básicos de representação eram estabelecidos formalmente: primeiro se procurava fazer o contorno da figura, depois as formas do corpo, as roupas e os acessórios e, finalmente, o rosto. A variedade representativa mais interessante se deu em torno da figura de Maria. Havia tipos de simbologia definidos. Por exemplo, com a mão direita no peito e o Menino Jesus na esquerda, era a Hodigitria (a condutora); acompanhada do monograma (forma em que as letras querem dizer uma palavra e um símbolo) de Cristo era a Nikopeia (a vitoriosa) e amamentando o Menino Jesus, a Galaktotrophusa (a nutriz – aquela que nutre/alimenta).

·         ESCULTURA e OURIVESARIA
   A escultura bizantina foi influenciada pela Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de acordo com a representação estatuária (de estátuas), essa foi a disciplina artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a história de suas vitórias.
   Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais comuns eram de alta qualidade e maestria, que os funcionários do imperador enviavam aos altos funcionários para informar sua nomeação. Mais tarde estas peças se tornaram pequenos altares portáteis de culto.
   Quanto à ourivesaria, proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações (colagens) de pedras preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias, podem ser vistos também em capas de livros de iluminúras.

·         ARQUITETURA
      Uma vez estabelecido na chamada Nova Roma (Constantinopla), Constantino (270-337 d.C.) começou a renovação arquitetônica da cidade, erguendo teatros, termas, palácios e sobretudo igrejas. As igrejas eram necessárias já que o cristianismo havia sido oficializado e era preciso torna-lo público e definitivo, expressando-o em edifícios abertos ao culto. As primeiras igrejas seguiram o modelo das salas da basílica grega (casa real), ou seja: uma galeria ou nártex, às vezes ladeada por torres, dava acesso à nave principal (espaço interior do templo), separada por fileiras de colunas de uma ou duas naves laterais (espaços como galerias). No lado oeste, o transepto, ou nave principal, se comunicava com a abside (nave lateral). O teto era de alvenaria (tijolos) e madeira.

   Chegaram até nossos dias as igrejas mais importantes do reinado de Justiniano (526-565): Santa Sofia, Santa Irene e São Sérgio e Baco. Foi nessa época que se iniciou a construção das igrejas de planta de cruz grega, cobertas por cúpulas em forma de pendentes, conseguindo-se assim fechar espaços quadrados com teto de base circular. Esse sistema se transformou no símbolo do poderio bizantino.

   A arquitetura de Bizâncio se difundiu rapidamente pela Europa ocidental, mas adaptada à economia e possibilidades de cada cidade. Não se deve esquecer que Santa Sofia foi construída sem a preocupação com gastos, algo que os demais governantes nem sempre podiam se permitir. São Vital e Santo Apolinário Novo, em Ravena, a capela palaciana de Aquisgran, São Marcos, em Veneza, e o mosteiro de Rila, na Bulgária, são igrejas que melhor representaram e reinterpretaram o espírito da arquitetura bizantina.

Iconoclasta: Destruir, eliminar toda forma de ícone (imagens) que representem alguma forma de deidade para culto.

Obs. Para leitura e consulta com imagens acesse o blog da disciplina: http://ccbharte7.blogspot.com/

ATIVIDADES

1- No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura cristã a influenciar o Período Bizantino. No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitiva evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi uma das expressões artísticas principais do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
   Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado por uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada. Qual o nome dado a esse pensamento (idéia, fundamento) que gerou tanta controvérsia resultando na lei da proibição de produção de imagens realista de figuras divinas?

A)   Desfiguratividade Cristã
B)   Desfiguração Sacra
C)   Icöne - phroibidums
D)   Iconoclastia
E)   Iconologia

2- Leia o salmo 115 e produza um pequeno texto fazendo uma análise e relação entre o salmo, a produção de imagens para culto, e a lei da iconoclastia bizantina.

3- O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina, mostrando cenas da vida de Cristo, dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa idéia de espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância através da inserção nas obras de “folhas de ouro”. A função dos mosaicos e pinturas não era apenas decorar as paredes e abóbodas dos templos, cumprindo ainda outra função. Qual ou quais eram estas funções?

4- A arte bizantina consistiu uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, o que produziu uma expressão artística singular e nova até mesmo em formas de composição para a época. A que se deve esta diversidade de influências nesta manifestação artística?

5- A arquitetura representou importante destaque na arte bizantina, apresentando uma série de inovações em suas elaborações e fazendo uso de artifícios herdados de expressões anteriores tais como o arco, a abóbada, a cúpula, o plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, a cúpula central e absides laterais. Tudo isso planejado sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando assim edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profundamente decorados. Um grande triunfo da arquitetura bizantina foi a catedral projetada por  Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto que possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido. A catedral citada é:

A)     Catedral de Santa Rosa
B)      Catedral de Santa Sofia
C)      Catedral Universal de Constantinopla
D)     Catedral Bizantina
E)    Catedral da Santa Fé

terça-feira, 10 de abril de 2012


ARTE ROMANA

INTRODUÇÃO

Pintura de cena campestre em residência
   O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas somaram-se para formar  e influenciar o povo romano: a etrusca (povo da etruria, região onde hoje é a Itália), e a grega.
   Deve-se a etrusca, presente desde o início, no século VIII a.C., as características orientais, fruto do estreito contato comercial que os etruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo.
   Quanto à influência grega sobro os romanos, tornou-se intensiva a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua. Muitas vezes mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se faziam cópias dos originais nas oficinas da cidade. O jeito romano, mais prático e menos lírico (poético), não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo de arte grega.
   Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital Roma, como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio (de verão), arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas  (ruas), aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo de todos os domínios do império romano.

A PINTURA

   A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, espalhou-se entre as famílias romanas, o  costume de mandar que se fizessem imitações da  decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquela em que passavam o verão (casa de veraneio), isto para exibir sua riqueza perante outras familias. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes janelas e portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.
   Além dos ornamentos (enfeites, decorações) palacianos (dos palácios), os temas favoritos escolhidos por essa pintura de arquitetura fictícia (inventada, não real, ficção) eram quase sempre cenas da mitologia grega, vistas de cidades ou praças públicas e paisagens campestres tipicamente romanas. Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se enfraquecendo, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões (tamanhos), para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos.
   Isso se passava no âmbito da pintura propriamente dita, porque, convivendo com ela nos lares abastados (ricos) e em não raros edifícios públicos, o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romanos. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.

ESCULTURA

Cesar Augusto em armadura
militar com Eros a seus pés.
   Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas (que expressavam movimento) e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar para as cidades romanas as obras mais valiosas dos artistas gregos Fídias, Policleto ou Praxítenes, que tanto admiravam, eles faziam com que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas (artistas copiadores). Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade.
   Os romanos encontraram na escultura, a maneira ideal de perpetuar (fazer durar e ser lembrado) sua história e seus heróis. Proliferaram (espalharam em grande quantidade) através da arte escultórica: os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres (montados a cavalo) de imperadores e cidadões romanos. Os quais passaram desse modo à posteridade, com a intenção de serem lembrados praticamente como à categoria de deuses. O imperador Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos do deus mitológico Júpiter, e Cesar Augusto se fez retratar com seus galões (símbolos, brasões) militares, afundado numa armadura que deixava entrever os músculos do Doríforo de Policleto (famosa escultura).
   A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios (fachadas) de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornarem um espaço muito limitado para conter o grande volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma das características desse trabalho.

ARQUITETURA

Arco do Triunfo - Arco Constantino
   A partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material que para eles era “praticamente indestrutível”.
   Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas (Cúpulas) de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves. Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio – ver blog) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
   A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras, ou seja, escolas (ou edifícios públicos, por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado (agrupamento) desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.
   Por outro lado, as segundas, ou seja, obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia (cidadões dinstintos), se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa (pombosa, luxuosa) e distribuídas em torno de um jardim.
   A plebe (o povo comum e de poucas poses), ao invés disso, vivia em construções de vários pavimentos chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses recintos.
   Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos (estradas) que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos (canais de água) que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe (cidade) que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias.

Daniel F. do Carmo
Adaptado e transcrito de: Enciclopédia Universal Multimídia de Arte Caras

Obs.: Para ver mais imagens que ilustram o texto consultar o blog da disciplina: ccbharte7.blogspot.com

QUESTIONÁRIO
(para ser entregue na próxima aula em folha separada, limpa, com letra legível e bem organizada):

1- Explique como era e qual o propósito da pintura para as famílias romanas?

2- A) Você acha que a razão pela qual as famílias romanas realizavam pinturas em suas casas era boa para o relacionamento com outras famílias? Justifique sua resposta e inclua um versículo bíblico que se encaixe em sua resposta.
   B) Pense sobre o versículo de Pv 22:1 e escreva uma reflexão pessoal (sua) relacionando e comparando o provérbio com o propósito pelo qual as famílias romanas pintavam suas casas.  "Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro." (provérbios 22 : 1)

3- Porque podemos dizer que a arte estatuária romana compensou com quantidade a sua falta de originalidade e como isso aconteceu? Explique sua resposta com trecho(s) do texto.

4- A) As esculturas eram produzidas de forma muito naturalista, também para que as pessoas ali representadas, as históricas e cenas de guerra fossem identificadas. Qual o propósito prático disto encontrado no texto?
     B) Tente relacionar o propósito das esculturas romanas encontrado no texto acima com o texto do apóstolo João: "Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo." (João 7 : 4) (leia o contexto do versículo)

5- No último parágrafo do textos encontramos a seguinte afirmação: “O conceito de grande urbe (cidade) que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias”. Identifique, cite e compare os elementos presentes em comum nas urbes romanas e nas cidades atuais. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Arte Egípcia

INTRODUÇÃO

      A civilização egípcia é uma das mais estudadas e admiradas de todos os tempos pelas nações ocidentais. Certa vez um soldado do exercito de Napoleão encontrou uma pedra com diversos desenhos (sobe-se depois que eram hieróglifos). Eram na verdade letras que compunham um texto, e que foram decodificados em 1799 por um cientista francês chamado Jean-François Champollion. Esta pedra era egípcia, e recebeu o nome de Pedra de Rosetta, e a partir dela se pode conhecer muito sobre o mundo antigo do Egito.

   A partir de então constituiu-se a ciência da egiptologia. Sua aplicação imediata serviu para a tradução e interpretação dos textos pintados e gravados em muros e esculturas de templos funerários. Esses textos, por sua vez, revelavam a função desses templos: repouso de reis e nobres e de seus incalculáveis tesouros, após sua morte. Muito pouco, no entanto, resistiu até os nossos dias. Os magníficos tesouros dos faraós foram, em sua época, alvo de assaltantes e ladrões, que ignoraram seu suposto significado intocável e sagrado.

   As obras conservadas mais significativas pertencem ao chamado império novo. A imponência e beleza dos templos (incluindo a pirâmides) de Luxor e Carnac e o delicado trabalho de ourivesaria também em objetos de uso diário (peças de decoração tais como brincos e pulseiras) refletem o apogeu de uma cultura que procurou fazer da beleza das manifestações artísticas, uma oferta a suas inúmeras divindades, cada qual para uma situação. Essas entidades costumavam ser representadas por esculturas com corpo de homem e cabeça de animal, vestidas com os mesmos trajes usados pelo faraó, que era considerado um deus na terra.

A PINTURA

   A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, de lendas religiosas ou da vida após a morte.

   Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e os cabelos aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente. Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal. É possível também que os egípcios não faziam as representações humanas de modo real para que o povo não pensasse que a pintura era um deus e passasse a adora-la. Esta forma de representação é chamada de Lei da Frontalidade.

A ESCRITA

   Uma importante parte da arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados Hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação no império egípcio foi tarefa dos escribas (homens letrados que trabalhavam para o faraó). O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus (templos escavados nas rochas) e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às divindades e aos mortos.

ESCULTURA E OURIVESARIA

   A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa. A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o excesso de naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou ficando menos realista.

   As estatuetas de barro eram peças criadas para completar o conjunto de objetos no ritual funerário do faraó e dos nobres. Já a estatuária monumental (de grande dimensão) de templos e palácios surgiu a para representar e honrar o faraó.

   A princípio, os retratos em forma de escultura eram privilégios de faraós e sacerdotes. Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. 

   Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria (como tido no parágrafo anterior, joias e peças de decoração tais como brincos e pulseiras), cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs, amuletos), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives (artistas  que trabalham com ourivesaria) também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.

ARQUITETURA

   As pirâmides são sem dúvida as famosas e maiores obras da arquitetura egípcia. Suas técnicas de construção continuam sendo um mistério e objeto de estudo para engenheiros e historiadores. A pirâmide foi criada durante a dinastia III, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto (Imhotep) a idéia de superpor (colocar uma sobre a outra) as mastabas, dando-lhes a forma de pirâmide.

   Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas (em forma de escadas com degraus). As mais célebres do mundo pertencem com certeza à dinastia IV e se encontram em Gizé chamadas: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas lados são completamente lisos.

   Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas (e montanhas, montes ou colinas), dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges. 

   Quanto à arquitetura das casas do povo e dos palácios, as ruínas existentes não permitem recolher muita informação a esse respeito.

Daniel F. do Carmo
Adaptado e transcrito de: Enciclopédia Universal Digital de Arte Caras