ARTE BIZANTINA
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INTRODUÇÃO
A arte bizantina teve seu centro de
difusão em Bizâncio, mais exatamente na cidade de Constantinopla, e se
desenvolveu a partir do século IV como produto da confluência das culturas da
Ásia Menor e da Síria, com elementos alexandrinos. As bases do império eram
três: a política, a economia e a religião. Não é de estranhar, portanto,
que a arte tivesse um papel preponderante tanto como difusor didático da fé
quanto como meio de representação da grandeza do imperador.
Para manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio,
Constantino oficializou o cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele
aspectos como rituais e imagens dos demais grupos religiosos. Isso explica o
fato de ícones (formas de representação) de Jesus e Maria provirem da Síria,
Iraque e Egito, assim como se deu com a música e os cânticos. Também foram
construídos centros de culto, igrejas e batistérios (locais de batismo), com a
adoção da forma das basílicas, da sala de audiência do rei (basileus), junto
com o mercado das cidades gregas.
O apogeu cultural de Bizâncio aconteceu sob o reinado de Justiniano
(526-565 d.C.). Pertence a essa época um dos edifícios mais representativos da
arquitetura bizantina: a Igreja de Santa Sofia. Posteriormente, houve o
período iconoclasta, em que foram destruídas e proibidas as imagens (726-843
d.C.). Passado esse período, seguiu-se uma época de esplendor e ressurgimento
cultural na qual a arte bizantina foi do oriente para o ocidente, difundindo-se
pelos países ou cidades que comercial ou politicamente continuavam em contato
com Bizâncio: Aquisgran, Veneza e países eslavos, entre outros.
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PINTURA
A pintura bizantina é representada por
três tipos de elementos estritamente diferenciados em sua função e forma: os
ícones, as miniaturas e os afrescos (pinturas em paredes). Todos tiveram um
caráter eminentemente religioso, e embora predominassem as formas decorativas
preciosistas, não faltou a essa disciplina o misticismo profundo comum a toda a
arte bizantina. Os ícones eram quadros portáteis originados da pintura de
cavalete da arte grega, cujos motivos (temas) se restringiam à Virgem Maria,
sozinha ou com o Menino Jesus, ou ao Retrato de Jesus.
As miniaturas eram pinturas usadas nas ilustrações ou nas iluminuras dos
livros e, como os ícones, tiveram seu apogeu a partir do século IX. Sua
temática era limitada pelo texto do livro, geralmente de conteúdo religioso ou
científico. Já os afrescos (pinturas em parede) tiveram sua época de maior
esplendor em Bizâncio, quando, a partir do século XV, por problemas de custo,
tomaram o lugar do mosaico. A pintura ganhou assim em expressividade e
naturalismo, acentuando sua função narrativa
(contar uma história em sequência), mas deixando um pouco de lado seu simbolismo.
Sozinho ou combinado com a
pintura a técnica figurativa mais utilizada foi o mosaico e com mais
preponderância do que ela, pelo menos entre os séculos VI e VII,. Suas origens
remontam à Grécia, mas foi em Bizâncio que se usou o mosaico pela primeira vez
para decorar paredes e abóbadas e não apenas pisos. No início, os motivos eram
extraídos da vida cotidiana da corte, mas depois adotou-se toda a iconografia cristã, e o mosaico se
transformou no elemento decorativo exclusivo de locais de culto (igrejas, batistérios).
Tanto na pintura quanto nos mosaicos encontramos os mesmos cânones
(regras) de desenho: espaços idealizados em fundos dourados, figuras
estilizadas ornadas com coroas de pedras preciosas para representar Cristo,
Maria, os santos e os mártires e paisagens mais inclinadas para o abstrato, em
que uma árvore simbolizava um bosque, uma pedra, uma montanha, uma onda, um
rio.
Esses princípios básicos de representação eram estabelecidos
formalmente: primeiro se procurava fazer o contorno da figura, depois as formas
do corpo, as roupas e os acessórios e, finalmente, o rosto. A variedade
representativa mais interessante se deu em torno da figura de Maria. Havia
tipos de simbologia definidos. Por exemplo, com a mão direita no peito e o
Menino Jesus na esquerda, era a Hodigitria (a condutora); acompanhada do
monograma (forma em que as letras querem dizer uma palavra e um símbolo) de
Cristo era a Nikopeia (a vitoriosa) e amamentando o Menino Jesus, a
Galaktotrophusa (a nutriz – aquela que nutre/alimenta).
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ESCULTURA e OURIVESARIA
A escultura bizantina foi influenciada pela Grécia, e ainda que a Igreja
não estivesse muito de acordo com a representação estatuária (de estátuas), essa foi a disciplina artística em que
melhor se desenvolveu o culto à imagem
do imperador. Também tiveram grande importância os relevos, nos quais
os soberanos imortalizaram a história de suas vitórias.
Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais comuns
eram de alta qualidade e maestria, que os funcionários do imperador enviavam
aos altos funcionários para informar sua nomeação. Mais tarde estas peças se
tornaram pequenos altares portáteis de culto.
Quanto à ourivesaria, proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com
incrustações (colagens) de pedras preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram
até nossos dias, podem ser
vistos também em capas de livros de iluminúras.
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ARQUITETURA
Uma vez estabelecido na chamada Nova Roma (Constantinopla), Constantino
(270-337 d.C.) começou a renovação arquitetônica da cidade, erguendo teatros,
termas, palácios e sobretudo igrejas. As igrejas eram necessárias já que o
cristianismo havia sido oficializado e era preciso torna-lo público e definitivo,
expressando-o em edifícios abertos ao culto. As primeiras igrejas seguiram o
modelo das salas da basílica grega (casa real), ou seja: uma galeria ou nártex, às vezes ladeada por torres,
dava acesso à nave principal (espaço interior do templo), separada por fileiras
de colunas de uma ou duas naves laterais (espaços como galerias). No lado
oeste, o transepto, ou nave
principal, se comunicava com a abside
(nave lateral). O teto era de alvenaria (tijolos) e madeira.
Chegaram até nossos dias as
igrejas mais importantes do reinado de Justiniano (526-565): Santa Sofia, Santa
Irene e São Sérgio e Baco. Foi nessa época que se iniciou a construção das
igrejas de planta de cruz grega, cobertas por cúpulas em forma de pendentes,
conseguindo-se assim fechar espaços quadrados com teto de base circular. Esse
sistema se transformou no símbolo do poderio bizantino.
A arquitetura de Bizâncio se
difundiu rapidamente pela Europa ocidental, mas adaptada à economia e
possibilidades de cada cidade. Não se deve esquecer que Santa Sofia foi
construída sem a preocupação com gastos, algo que os demais governantes nem
sempre podiam se permitir. São Vital e Santo Apolinário Novo, em Ravena, a
capela palaciana de Aquisgran, São Marcos, em Veneza, e o mosteiro de Rila, na
Bulgária, são igrejas que melhor representaram e reinterpretaram o espírito da
arquitetura bizantina.
Iconoclasta: Destruir,
eliminar toda forma de ícone (imagens) que representem alguma forma de deidade
para culto.
Obs.
Para leitura e consulta com imagens acesse o blog
da disciplina: http://ccbharte7.blogspot.com/
ATIVIDADES
1- No século V, em Bizâncio,
emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de
arte, nascida do Cristianismo.
Em Roma,
nas antigas catacumbas cristãs,
há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III
e IV. São os primeiros exemplos de pintura cristã a influenciar o Período
Bizantino. No século IV, o imperador Constantino reconheceu
o culto livre aos cristãos do Império Romano.
A arte
cristã primitiva
evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi uma das expressões
artísticas principais do período e suas características de criação
influenciaram mais tarde a arte
gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
Nos séculos
VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado por uma controvérsia sobre o uso de
pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse
realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar
imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu
qualquer imagem em forma humana de Cristo,
da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram
para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada. Qual o nome dado a esse pensamento
(idéia, fundamento) que gerou tanta controvérsia resultando na lei da proibição
de produção de imagens realista de figuras divinas?
A) Desfiguratividade
Cristã
B) Desfiguração
Sacra
C) Icöne -
phroibidums
D) Iconoclastia
E) Iconologia
2- Leia o salmo 115 e produza um pequeno
texto fazendo uma análise e relação entre o salmo, a produção de imagens para
culto, e a lei da iconoclastia bizantina.
3- O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina, mostrando
cenas da vida de Cristo, dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico
bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com
técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de
frente e verticalizadas para criar certa idéia de espiritualidade; a
perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância através da inserção nas
obras de “folhas de ouro”. A função
dos mosaicos e pinturas não era apenas decorar as paredes e abóbodas dos
templos, cumprindo ainda outra função. Qual ou quais eram estas funções?
4- A arte bizantina consistiu uma mistura de influências
helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, o que
produziu uma expressão artística singular e nova até mesmo em formas de composição
para a época. A que se deve esta diversidade de influências nesta manifestação
artística?
5- A arquitetura representou importante destaque na arte
bizantina, apresentando uma série de inovações em suas elaborações e fazendo
uso de artifícios herdados de expressões anteriores tais como o arco, a
abóbada, a cúpula, o plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, a
cúpula central e absides laterais. Tudo isso planejado sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando assim edifícios de grandes dimensões,
espaçosos e profundamente decorados. Um grande triunfo da arquitetura bizantina
foi a catedral projetada por Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto
que possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente
elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de
universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido. A catedral citada é:
A) Catedral
de Santa Rosa
B) Catedral
de Santa Sofia
C) Catedral
Universal de Constantinopla
D) Catedral
Bizantina
E)
Catedral
da Santa Fé
Muito obrigado fessor.
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